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Meu lugar preferido do mundo

Como uma pessoa apaixonada por viajar e conhecer lugares novos, já me questionei muitas vezes sobre o meu lugar no mundo. Aquele sentimento de pertencimento tão forte em algumas pessoas nunca pareceu tão autêntico em mim.


Durante a minha infância, minha família se mudou algumas vezes de casa, na mesma cidade, sempre atribuí à isso, um certo senso de desapego. A cada mudança, alguma coisa guardada sem uso, ia para o lixo. Uma família sem objetos herdados, sem roupinha de bebê, louças ou casa antiga dos avós.

Eu e minha irmã em uma das casas que moramos. Arquivo pessoal, s/ data
Eu e minha irmã em uma das casas que moramos. Arquivo pessoal, s/ data

Hoje na minha própria casa, descrevi minha varanda como "meu lugar preferido" em uma foto de story, mas essa foto só tem esse significado no contexto do meu café da manhã calmo de um domingo de céu aberto. Talvez lar seja esse conjunto de costumes e afetos.

O café da manhã tranquilo é a herança, a louça é só o objeto que nos apegamos para passar essa tradição adiante.

Café da manhã de domingo. Arquivo pessoal, 2025
Café da manhã de domingo. Arquivo pessoal, 2025

No meio dessa reflexão, me deparei com um outro conceito, a casa como um "cenário para nossas próprias narrativas", segundo David Byrne. Como não li o livro, não posso dizer muito sobre a conclusão, mas essa frase me fez pensar sobre essa construção, esse imaginário que criamos ao nosso redor para sustentar nossos desejos de ser, e porque não, pertencer.


Depois de viver experiências fora da minha cidade, consegui construir um afeto muito maior pelas sutilezas de morar em uma cidade no interior de Minas. Algumas coisas são muito valiosas, como o silêncio e o ruídos dos animais, o verde e as montanhas acessíveis aos nossos olhos por qualquer janela e, sem dúvidas, a comida! O cafezim e o queijo indispensáveis..

Queijo meia cura no café da manhã. Arquivo pessoal, 2025
Queijo meia cura no café da manhã. Arquivo pessoal, 2025

Esse ano resolvi estudar um pouco mais pintura, sozinha, com a ajuda de um livro que comprei em Estocolmo e voltei os estudos para algumas fotos mais íntimas, como meu autorretrato e um retrato da Frida, acho que isso colaborou para essa minha reflexão de hoje. Pensar em imagens menos ideais e mais cotidianas, talvez seja um novo caminho, uma nova forma de contar histórias. O que os cenários ao nosso redor, podem revelar sobre a nossa vida, nossa história?

Retrato da Frida, óleo sobre tela, 2025
Retrato da Frida, óleo sobre tela, 2025

 
 
 

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